sábado, 14 de agosto de 2010

ENSINAR, APRENDER, APREENDER E PROCESSOS DE ENSINAGEM

APRESENTAÇÃO
Na nossa primeira aula de Didática (3º Período do Curso de Letras/Português, UNIT), que aconteceu no dia 04/08/2010, a Prfª Drª Ada Augusta Selestino Bezerra nos apresentou a disciplina e fez a sua apresentação pessoal, falando-nos de sua trajetória acadêmica, dos desafios, percalços e a gratificação em trilhar o magistério.

GRUPOS PARA DEBATE
Em seguida, a turma foi dividida em sete grupos, cada um ficou responsável por um subtítulo do texto de ANASTASIOU (2009). Cada grupo leu a parte que lhe cabia e em seguida foi iniciado o debate, como se segue abaixo, resumidamente...

TEXTO PARA DEBATE¹ 
ANASTASIOU, Léa das Graças Camargos; ALVES, Leonir Pessate (org). Processos de Ensinagem na Universidade: pressupostos para as estratégias de trabalho em aula. 8. ed. Joinville, SC: Editora Univille, 2009.


1. ENSINAR, APRENDER, APREENDER E PROCESSOS DE ENSINAGEM
1.1. ENSINAR
O primeiro grupo destacou que a noção de ensinar tem sido mal interpretada. Há quem ainda afirme que "ensinou, mas o aluno é que não aprendeu". Isso decorreda ideia distorcida de que a aula é, no dizer de ANASTASIOU (2009), "o espaço em que o professor fala, diz, explica o conteúdo, cabendo ao aluno anotá-lo para depois memorizá-lo". Tal método de ensino dispensa a presença do próprio aluno, pois, "se há um colega que copie tudo, basta fotocopiar suas anotações e estudá-las, para dar conta dessa maneira de memorizar o conteúdo". É imprescindível, portanto, a compreenção do que seja o ato ensinar. Se o professor explica o conteúdo e o aluno não se apropriou dele, pode-se dizer que houve ensino?



1.2. APRENDER E APREENDER
O grupo seguinte inicialmente diferenciar aprender de apreender, duas palavras tão parecidas mas de signinificados diferentes.



O grupo enfatizou ainda que hoje a atuação do professor em sala de aula deve ser diferente do tradicional método de ensino, onde o professor dar aular (ele fala e finge que ensina) e o aluno assiste a aula (ou seja, ouve e finge que aprende). O professor hoje deve fazer a aula, contruir a aula com os alunos. É nesse troca de experiências entre aluno/professor que a ula é construída e a apreensão do conteúdo acontece de forma dinâmica e proveitosa.

(Por questão de tempo, o prosseguimento dos debates ficaram para a aula seguinte, dia 11/08/2010).


1.3. PROCESSO DE ENSINAGEM
O grupo destacou o significado dessa nova palavra, ainda desconhecida por muitos:



O grupo enfatizou que o texto de ANASTASIOU fala de complexidade do aparelho neurocerebral, que é ativado pelo professor na sala de aula. A aula, pois, não deve ser improvisada: ela deve ser planejada.


1.4. PROCESSO DE ENSINAGEM: O MOVIMENTO NECESSÁRIO
Nesse tópico, os autores lançam a proposta para um movimento de ensinagem, não mais passos a serem seguidos, mas a movimentos a serem construídos pelos sujeitos em ação.





1.5. O MOVIMENTO E O MÉTODO DIALÉTICO: BREVE INCURSÃO
Neste tópico os autores fazem uma "breve incursão" sobre o tema proposto, contrapondo a metodologia dialética com o método tradicional (lógica formal). Para suas ponderações, os autores recorrem a Vieira Pinto, que foi mentor das ideias posteriormente propagadas pos Paulo Freire.

O grupo deixou claro a ideia contida nesse tópico de que o professor não é apenas um "ensinante", já que o que se requer do aluno não é o simples aprendizado do conteúdo por meio de memorização.

Dentre outras questões levantadas, ficou evidente que o melhor método a ser aplicado é o da dialética: 




Assim, chegamos à dialética na prática:

"Quando o estudante se confronta com um tópico de estudo, o professor pode esperar que ele apresente, a respeito do mesmo, apenas uma visão inicial, caótica, não elaborada ou sincrética, e que se encontra em níveis diferenciados entre os alunos. Com a vivência de sistemáticos processos de análise a respeito do objeto de estudo, passa a re-construir essa visão inicial, que é superada por uma nova visão, ou seja, uma síntese. A síntese, embora seja qualitativamente superior à visão sincrética inicial, é sempre provisória, pois o pensamento está em constante movimento e, conseqüentemente, em constante alteração. Quanto mais situações de análises forem experienciadas, maiores chances o aluno terá de construir sínteses mais elaboradas. O caminho da síncrese para a síntese, qualitativamente superior, via análise, é operacionalizado nas diferentes estratégias que o professor organiza, visando sistematizar o saber escolar". 




1.6. AS OPERAÇÕES DE PENSAMENTO
Conforme explanação do grupo, nesse tópico os autores descrevem as diversas operações e pensamento, a saber: comparação, resumo, observação, classificação, interpretação, crítica, busca de suposições, imaginação, obtenção e organização dos dados, levantamento de hipóteses, aplicação de fatos e princípios a novas situações, decisão e planejamento de projeto e pesquisas. Citando RATHS et al. (1977)², eles destacam os comportamentos e os conceitos relacionados, elementos esses "que interferem nas novas formas de organizar o processo de ensinagem".



1.7. DOS PASSOS AOS MOVIMENTOS
O grupo procurou mostrar que, nesse processo necessário, proposto pelos autores (ou seja, deixarmos o modelo dos passos didáticos para adotarmos os movimentos a serem construídos), chegamos finalmente ao papel do professor, que será o de...



No entanto, isso só será possível "num clima favorável à interação", temperados pela "abertura, o questionamento e a divergência, adequados aos processos de pensamento crítico e construtivo: um clima do compartilhar".


1.8. NA BUSCA DE UMA SÍNTESE POSSÍVEL
Para finalizar o debate, a Profª Ada Augusta sintetizou o último tópico mostrando a importância do tema estudado e levantando alguns importantes questionamentos levantados pelos autores do texto em debate.

Para a execução desse processo de ensinagem proposto é imprescindível que haja a construção coletiva dos cursos superiore, segundo os autores, na definição do Projeto Plolítico-Pedagógico institucional e no desenvolvimento do curso. Aqui neste ponto foram efetuadas pela Profª Ada algumas consideraçoes sobre currículo versus grade curricular, que não deve ser confundida.






Assim, chegamos ao fim do debate em grupo, que foi extremamente proveitoso, onde pudemos aprender/apreender conceitos novos, importantes e necessários ao nosso aprendizado, aqui apenas esboçados em poucas palavras.



¹ Todas as citações que estão entre aspas foram retiradas do texto para debate.
² RATHS, Louis E. et Allii. Ensinar a Pensar. São Paulo, EPU, 1977.



Um comentário:

Lea Anastasiou disse...

Buscando um material no google achei o seu blog e fiquei encantanda com a maneira inteligente como sistematizaram os saberes. Imagino que tenha sido proveitoso para os estudantes e que a professora também tenha gostado muito. Parabéns e obrigada, fiquei muito feliz ao ver o trabalho de vcs, utilizan do o livro do Processo de Ensinagem. Um abraço, Lea Anastasiou